Algumas notas sobre o livro  “Há exorcismos em Njofane” de Vitorino Ubisse

Sobre a obra há muito que se falar, no entanto, deixaremos uma parte o prefácio escrito por Adelino Timóteo onde escreve: ” A ferramenta deste livro de Ubisse é o coração da memória. Senão vejamos, a forte denúncia social patente no primeiro conto: «Isso já foi cidade!… O majestoso “Grande Hotel” é agora o centro de convergência da porquice» (p.16). A mesma denúncia vai incidir no «modus vivendi» actual, caracterizado pela emergência de casas de culto por todo o lado, a tal extremo dos pastores de rezas disputarem crentes e algum se ver tristemente solitário e obrigado a fechar a igreja.

Esta obra chama atenção também pelo deleite que o narrador faz com incidência para a Inhamudima, Chipangara, Muchatazina, Munhava, Xhimunanga – na Praia Nova, Mar Azul, BPD de Inhamudima, Palmeiras, Mercado do Goto, o Mercado Alfeu, palco da candonga e contrabando alimentado pela tropa zimbabweana, que conheceu uma fase de ouro de 1983 até 1990, num mapeamento que cruza vários lugares-comuns e também personagens-tipo e espécimes. Reencontro neste livro o pastor Benhane, supostamente inspirado no nome do cunhado, Mundhundhu, Padre Amadeu, Maria Catanada, Pita Mathusse, um colega comum da Samora Machel. ”

Sobre o autor:

Vitorino Ubisse Oliveira, nasceu na Beira em 1972. Filho de pais matswas  que pararam naquela cidade por conta de uma vaga de estivador na empresa Caminhos de Ferro de Moçambique. Vive à custa de uma licenciatura em ensino de Matemática conseguida à “escopro e martelo” lá para o ano 2000. Parou na cidade de Inhambane por conta de umas zigueziguedas da juventude que tenta a todo  custo e infrutiferamente esquecer. Tem publicado contos no Diário de Moçambique. Enquanto  estiver ainda a produzir, o resto não lhe interessa.

Sinopse:

Há exorcismos em Njofane é uma colecção de contos (ficção) baseados em factos reais. É uma crítica social que transcende a barreira do tempo e de gerações. Ao longo dos oito contos que compõem a obra está sempre presente a necessidade de algum tipo de exorcismo para esconjurar os males que enfermam as mentes dos protagonistas destas estórias. No texto ignoram-se propositadamente as regras da ortografia das línguas bantu. O autor baseia-se em parábolas ou ditados populares para sustentar algumas ideias e ou atitudes dos personagens. Em Há exorcismos em Njofane, conto que dá titulo à obra, escreve-se sobre o jovem professor Casamula cujo trajecto de vida é acompanhado de vários infortúnios o que o leva a recorrer ao curandeirismo e voltar as origens para esconjurar os males que se apossaram dele e no fim percebe que seus problemas nunca terão fim mesmo com tantos exorcismos.

 

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