A obra poética de José Craveirinha será celebrada musicalmente no projecto “Poemas Cantados – Tributo a José Craveirinha”, que terá lugar hoje, 22 de maio, no Centro Cultural Moçambicano-Alemão (CCMA), na cidade de Maputo.
Em forma de música, os poemas de José Craveirinha serão interpretados por artistas moçambicanos das categorias de música e poesia, abordando temas como liberdade, nacionalismo e cultura africana, com o objectivo de destacar o seu contributo para a construção da poesia moçambicana e a sua relevância nos dias de hoje. No palco, estarão os músicos Helena Rosa, Kayena, Xhiwa, D’Manyissa e o instrumentista Nicolau Cuaneque.
De acordo com o musico D’Manyissa, também organizador do espetáculo, a performance tem como objectivo levar o público a conhecer as obras do poeta maior moçambicano. “Com a poesia cantada, é mais fácil chegar a mais pessoas. Creio que seja mais fácil ouvir a poesia cantada do que ler um livro, e as temáticas dos seus poemas são diversificadas e muito actuais”, afirmou D’Manyissa ao jornal Noticias .
José Craveirinha desempenhou um papel significativo na construção da literatura moçambicana. Nascido a 28 de maio de 1922, em Lourenço Marques, hoje Maputo, capital de Moçambique, faleceu a 6 de fevereiro de 2003. Os seus restos mortais repousam na cripta da Praça dos Heróis, em Maputo. Durante muitos anos, trabalhou como jornalista, utilizando vários pseudónimos como Mário Vieira, J.C., J. Cravo, Jesuíno Cravo, Abílio Cossa, José Mangachane, António Sousa e Jota Cê. Iniciou a sua carreira no jornal O Brado Africano e trabalhou nos jornais Notícias e Tribuna.
Craveirinha colaborou amplamente com crónicas e ensaios em jornais como Notícias da Tarde, A Voz de Moçambique, Notícias da Beira, Diário de Moçambique, Voz Africana, e nas revistas Nova e Tempo. Grande parte da sua poesia permanece dispersa na imprensa, não tendo sido incluída nos livros que publicou em vida. Outra parte permanece inédita, fazendo parte do seu volumoso espólio.
Além de poeta e jornalista, José Craveirinha teve um papel relevante na vida desportiva e associativa de Moçambique desde os anos 50, tendo sido Presidente da Direção da Associação Africana, uma organização importante para as ideias nacionalistas.