O autor Eduardo-Quive convida à leitura, audição e conversa sobre o livro “Para onde foram os vivos”, sua mais recente obra literária, numa sessão aberta ao público que contará com a jornalista e activista pelos direitos da mulher, Eva Trindade para dar vida aos poemas patentes no livro.
Numa conversa em que se espera que o autor e seus convidados desconstruam os mistérios existentes nas cidades e ruínas retratadas por Quive , numa obra em que segundo a autora Ana Mafalda Leite, prefaciadora do livro, “a cidade e o corpo se confundem. Assim como amor e ódio se fundem para gerar tensões e violências”.
“Para onde foram os vivos” é um livro composto por “Cidades” e “Corpos”, sendo que Cidades compreende 24 fragmentos nos quais o autor expõe as cidades físicas e imaginárias por si percorridas e em Corpo, Eduardo-Quive reúne dezanove textos em prosa poética. A conversa acontece na terça-feira, 25 de Julho no espaço da casa do professor, pelas 17h:30
Eduardo-Quive nasceu em Maputo, a 8 de junho de 1991. É escritor, jornalista, produtor e programador cultural. Como jornalista, foi editor dos semanários Dossiers & Factos e Debate – jornal de artes e cultura – e ainda passou pela televisão como produtor de conteúdos e apresentador. Foi director da Literatas – revista de artes e letras – e mantém colaborações com imprensa em Moçambique e no estrangeiro. É produtor e programador de festivais de arte e literatura e orienta oficinas de escrita criativa. Membro fundador do Movimento Literário Kuphaluxa e co-fundador de Catalogus – portal de autores moçambicanos. Escreve poesia e prosa. A sua poesia está publicada em antologias em Moçambique, Brasil e Itália. É autor do livro “Lágrimas da Vida Sorrisos da Morte” (Literatas, 2012); co-autor do livro “Brasil & África-Laços Poéticos” (Editora Letras, 2014); co-organizador das coletâneas “Contos e crónicas para ler em casa”, vol. I e vol. II (Literatas, 2020); co-organizador do livro “O Abismo aos pés – 25 escritores lusófonos respondem sobre a iminência do fim do mundo” (Literatas, 2020)
Excerto do livro:
Volto a sentar-me e a escrever como se cumprisse um ritual; sei que nada e que um santo resolva; sei que nada que um santo resolva, nem os búzios na sua profecia, nem os joelhos dobrados de um astro; este exercício de cortar as unhas de elefantes e sentar-me na língua do crocodilo, jogar o tortuoso destino das palavras como se de um veneno se tratasse; e como nos teus olhos, a gota de sangue que se lança a meia haste num coro de um hino mal entoado.