O escritor Lucílio Manjate traz à tona a questão da qualidade literária na literatura moçambicana contemporânea, destacando a ascensão de uma nova geração de escritores versus a questão da qualidade literária nas obras.
O escritor argumenta sobre a importância da qualidade literária para escritores, críticos, editores e leitores, ressaltando que a determinação dos méritos de uma obra ou escritor está intrinsecamente ligada a essa qualidade. No entanto, Manjate reconhece que essa reflexão é controversa e destaca a relevância de examinar os vícios discursivos que frequentemente são utilizados na tentativa de conferir qualidade a uma obra.
Para Lucílio Manjate a qualidade literária deve ser analisada metodologicamente, considerando necessidade de rigor, objectividade, consistência e coerência na avaliação das obras. Ele destaca a importância da comunidade na formação do julgamento artístico, ressaltando que muitas vezes o percurso artístico pode se tornar colectivo, reflectindo a identidade de uma comunidade.
Manjate critica os vícios presentes na metalinguagem literária, como o silêncio sobre determinadas obras ou a falta de sinceridade na avaliação. Ele argumenta que é necessário conferir objectivamente qualidade às obras literárias, utilizando métodos de análise crítica que permitam uma avaliação fundamentada e não apenas baseada em juízos de valor subjectivos.
Diante desse cenário, emergem duas formas de abordagem: a metalinguagem literária produzida por escritores consagrados e a produzida por estudiosos e críticos literários, tanto moçambicanos quanto estrangeiros. Concentramo-nos particularmente na metalinguagem literária, frequentemente apresentada na forma de prefácios, utilizando uma abordagem hermenêutica para identificar o que chamamos de vícios discursivos e, por fim, para sugerir uma noção de qualidade literária.
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