Marcelo Panguana, este Vagabundo da Pátria já vagabundeou pelos diferentes cantos e recantos do seu país e de outras partes do mundo, tem a noção do que já foi e no que se transformou a sua Pátria e vive sonhando com uma pátria de paz e bem-estar para si e para todos os seus compatriotas. Marcelo sabe que o ser humano tem muitas vozes, umas sinceras e outras, nem tanto assim, mas aquelas que lhe interessam são as Vozes que Falam de Verdade.
Respeita e teme os deuses e, para estar em harmonia com eles, dedicou-lhes uma Balada dos Deuses, pois, assim estes permitem e vão continuar a permitir que continue a escrever, de forma saudável, os seus livros. Esta forma saudável de escrever tem também os seus ingredientes de genialidade e de loucura e, Como um Louco ao Fim da Tarde, vai-se inspirando e reflectindo sobre o que lhe vai na alma e, com ele ou com os outros, vai mantendo Conversas do Fim do Mundo que depois são registadas em livro para a posteridade.
Chamando seus colegas de Peregrinos da Palavra, Marcelo mostra que está atento ao que se passa nesse mundo encantado das letras e, ainda, decidiu que esses seus pares sabem Escrever a Terra e, como ele, criar o legado, tão necessário às gerações que lhe seguem.
Com Jorge d’Oliveira, expôs ao país e ao mundo Os Fazedores da Alma, pessoas de várias artes e profissões que fizeram e fazem a história cultural de Moçambique e de outros espaços. Para além da história cultural, aprendeu dessa História mais geral que existiu um herói que transcendeu as fronteiras do seu país e conquistou o mundo colocando Os Ossos de Ngungunhana a ressoarem alto. Como que alertado pelo som dos batuques, viu n’O Filho do Planalto outro herói para venerar e respeitar. Sabendo que a Humanidade vive em permanente agonia, dedicou-lhe umas Estórias de Reconciliação, porque tem consciência e experiência de que a reconciliação é sempre fundamental.
Tudo o que existe e se materializa precisa de um chão. Para isso e, por isso, criou O Chão das Coisas, um porto seguro para tudo e todos, onde, Leona, a Filha do Silêncio nos mostra que a magia e um mundo encantado são possíveis, desde que os criemos com amor e dedicação. Amigo dos seus amigos conseguiu juntar vários nomes à volta do Mestre do Bairro Indígena para mostrar o verdadeiro valor de uma grande Amizade, sendo ele um Amigo que ninguém tem dificuldade em reconhecer!
Escrito por: Aíssa Mithá Issak
Fotografia: Carlos Uqueio