O escritor Juvenal Bucuane lança às 17h30 desta quarta-feira, 21, no Camões – Centro Cultural Português a sua mais recente obra Masingita, uma novela que sai sob a chancela da Editorial Fundza.
A narrativa aborda questões sobre o incesto que, existindo na sociedade moçambicana, muitas vezes é ignorada. No centro da história encontram-se Marta e Pepuka, que, para o autor, representam a personificação de pessoas reais.
A escrita de Masingita ou a subtileza do incesto foi, para Juvenal Bucuane, um exercício árduo, pois o seu grande desafio estava além de uma mera ficção, “por implicar algo que me parecia profundo e verdadeiro, factual, que para ser abordado com alguma probidade, tinha de ser feito com recurso a algum caso precedente, ocorrido em alguma época e em algum lugar. Assim busquei reminiscências do que estudei há bastante tempo sobre a antiguidade na história universal, mais propriamente, a relação entre o Rei Édipo e a Rainha Jocasta, que serviu de base para as pesquisas psicanalíticas de Sigmund Freud”. Lê-se em comunicado.
A obra que será apresentada por José dos Remédios esta quarta-feira, foi escrita durante o segundo semestre de 2021, numa altura em que o escritor se encontrava confinado em casa, por causa da COVID-19.
Juvenal Bucuana nasceu a 23 de outubro de 1951, em Xai-Xai, e dividiu-se entre a poesia e a prosa. Os seus primeiros livros, A Raiz e o Canto (1985) e Requiem-Com os Olhos Secos (1987), são de poesia. Em 1989 publicou, em prosa, Xefina e O Segredo da Alma. Em 1992 deu vida à Limbo Verde. Bucuane foi diretor e secretário administrativo da revista literária Charrua (1984) e é membro efetivo da Associação de Escritores Moçambicanos, onde já exerceu o cargo de secretário-geral.