Neste sábado, Dia do Professor em Moçambique, a Casa do Professor, na Matola, será palco de uma mesa redonda em homenagem ao centenário de nascimento de Aquino de Bragança, uma das figuras mais relevantes na luta anticolonial em África. O evento, que terá início às 15h00, visa celebrar a vida e o legado deste intelectual, jornalista e diplomata, cuja influência foi crucial nas independências de países como Moçambique e Angola.
Aquino de Bragança (1924-1986), nascido na Índia Portuguesa, destacou-se pela sua dedicação às causas anticoloniais africanas, tornando-se uma figura essencial nos movimentos de libertação. Embora de origem indiana, Bragança foi um defensor do panafricanismo e trabalhou ao lado de líderes históricos como Amílcar Cabral e Samora Machel.
Após a independência de Moçambique, actuou como conselheiro próximo de Machel, o primeiro presidente do país, ajudando a construir pontes entre os movimentos africanos de libertação e intelectuais marxistas europeus e latino-americanos.
A sua morte trágica, em 1986, num acidente de avião em Mbuzini, África do Sul, o mesmo que vitimou Samora Machel, marcou o fim de uma vida dedicada à luta pela justiça social e à crítica do colonialismo e do neocolonialismo. O legado de Aquino de Bragança continua a ser celebrado, tanto pelas suas contribuições políticas quanto pelas suas reflexões académicas, que ainda influenciam debates contemporâneos.
Para além da mesa redonda, no próximo dia 15 de Outubro, a Fundação Fernando Leite Couto exibirá o documentário “Enviado Especial” , produzido por Nailini Elvino de Sousa, que retrata a vida e o trabalho de Bragança.