Mia Couto lança novo romance “A Cegueira do Rio”

O novo romance de Mia Couto, intitulado “A Cegueira do Rio”, será lançado na quinta-feira, 3 de outubro, às 18h, no Centro Cultural Moçambique-China, em Maputo.

Nesta nova obra, o escritor leva os leitores para uma aldeia no norte de Moçambique, onde se desenrola um evento inesperado que coincide com o início da Primeira Guerra Mundial em solo africano. Este militar desencadeia uma série de acontecimentos misteriosos, resultando no incidente da escrita em todo o mundo. Livros, relatórios, fotografias, mapas e outros documentos começam a desvanecer, e as pessoas perdem a capacidade de escrever. A pequena aldeia africana torna-se, então, o epicentro da restauração da ordem global, com os seus habitantes encarregados de ensinar aos europeus a arte da escrita e as habilidades da navegação.

De acordo com a fundacao Fernando Leite Couto  “A cegueira do Rio” Será apresentado pelo escritor Daniel da Costa num evento que terá momentos de leitura e performance com Negro, Rita Couto e Letícia Deozina.

Mia Couto nasceu na Beira, Moçambique, a 5 de Julho de 1955. Foi jornalista e professor. Actualmente exerce as profissões de biólogo e escritor. Está traduzido em diversas línguas.

De entre prémios e distinções destaca-se a nomeação, por um júri criado para o efeito pela Feira Internacional do Livro do Zimbábwe, da obra Terra Sonâmbula, como um dos doze melhores livros africanos do século XX. Em 2022 foi distinguido com o Prémio José Craveirinha, pela sua carreira na literatura moçambicana. Em 2013 foi galardoado com o Prémio Camões e com o prémio norte-americano Neustadt International Prize for Literature.

Em 2015 foi finalista do Man Booker Prize. Em 2016, o livro Mulheres de Cinza foi finalista do Prémio Literário da cidade de São Paulo, no Brasil. 2017, com o livro A Confissão da Leoa Mia Couto foi finalista do Prémio Literário de Dublin, República da Irlanda.

Em 2024 foi distinguido com o Prémio da Feira do Livro de Guadalajara de Literaturas em Línguas Românicas.

Sinopse

Factos e personagens deste livro foram inspirados em eventos reais ocorridos numa e na outra margem do rio Rovuma, que separa Moçambique da
Tanzânia. O primeiro evento foi a insurreição popular que ficou conhecida como a «Revolta dos Maji-Maji» em protesto contra a cultura forçada do algodão. Encabeçada por um líder espiritual chamado Bokero, esta sublevação ocorreu entre 1905 e 1907 e a resposta das autoridades coloniais alemãs resultou num dos mais graves massacres da história de África. Pensa-se que entre duzentos e trezentos mil camponeses foram assassinados. O segundo evento consistiu no assalto alemão ao posto militar português de Madziwa em agosto de 1914. Um sargento português e onze sipaios africanos foram mortos nesse ataque.
No resto, tudo o que se relata neste livro tornou-se verdadeiro a partir do momento em que foi escrito.

 

 

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