O escritor moçambicano Mia Couto foi distinguido por unanimidade com o Prémio de Conto Branquinho da Fonseca da Associação Portuguesa de Escritores (APE) pelo livro “Compêndio para desenterrar nuvens”.
Em “Compêndio para desenterrar nuvens”, Mia Couto traz estórias de uma escrita poética, com personagens e vidas complexas, mas apresentadas com a simplicidades de quem quer que o leitor se deleite com a leitura e se deixe embalar pelas estórias. Antes de serem contos, foram crónicas publicadas na revista VISÃO, mas antes da escrita, eram seres que marcaram o encontro com o autor nos sonhos e nas experiências do dia-a-dia. Estas estórias flutuam entre o real e o imaginário, territórios quase invisíveis se pensarmos no universo moçambicano, habitado por muitas histórias
segundo avança um comunicado sobre o o júri, constituído por Fernando Batista, Mário Avelar e Paula Mendes Coelho, destacou, sobre a obra, a forma como Mia Couto, “misturando sabiamente o código realista e o código imaginário sem nunca esquecer o registo lírico, continua a denunciar as injustiças de onde quer que elas venham, sem deixar de nos alertar, ainda que em tom geralmente irónico, para novas submissões, novas ameaças bem perniciosas”.
O Grande Prémio de Conto Branquinho da Fonseca foi instituído em 2023 pela Associação Portuguesa de Escritores, e é patrocinado pela Câmara Municipal de Cascais e Fundação D. Luís I. O prémio destina-se a galardoar, anualmente, uma obra de contos em língua portuguesa.