A Fundação Carlos Morgado (FCM), uma organização moçambicana sem fins lucrativos
dedicada ao fomento e promoção do desenvolvimento sustentável em Moçambique, tem o
prazer de anunciar a segunda edição do Prémio Literário Carlos Morgado (PLCM), na
modalidade de conto, aberto para submissão de candidaturas de 1 de Março a 23 de Abril
de 2024.
Realizado em parceria com a CATALOGUS, plataforma de promoção de autores
moçambicanos e desenvolvimento de projectos literários, este prémio tem como objectivo
descobrir e projectar novas vozes literárias em Moçambique e celebrar o legado de Carlos
Morgado, um cidadão moçambicano que dedicou sua vida a causas nobres.
O concurso está aberto a todos os cidadãos moçambicanos com 35 anos de idade até o
último dia de submissão, incluindo aqueles que tenham textos publicados em jornais,
revistas, websites, blogs, antologias impressas ou digitais sem livro publicado. É válido
ressaltar que participantes residentes tanto no país quanto no estrangeiro são elegíveis
para concorrer.
Este ano, no entanto, o prémio vem com a novidade que consiste na divisão das inscrições
de acordo com as zonas geográficas do país: Norte, Centro e Sul, sendo que cada região
terá um júri específico responsável pela avaliação das candidaturas da sua região. Além
disso, como parte dessas mudanças, está definido um júri nacional, encarregado de
seleccionar os dez finalistas nacionais que serão publicados em livro. Esta adaptação visa
garantir uma abordagem mais abrangente do concurso, considerando as especificidades de
cada região e promover a equidade no processo de avaliação.
O vencedor do Prémio Literário Carlos Morgado será escolhido entre os dez finalistas
nacionais e receberá uma premiação, que inclui um montante em dinheiro que totaliza
50.000 MZN (cinquenta mil meticais), dos quais 42.500.00 MZN (quarenta e dois mil e
quinhentos meticais) em dinheiro e 5.000.00 MZN (cinco mil meticais) em crédito para
aquisição de livros. Além disso, o conto vencedor será publicado na colectânea do Prémio
Literário Carlos Morgado, com direito a cinco cópias avaliadas em 2.500.00 MZN (dois mil e
quinhentos meticais).
Os demais finalistas também serão premiados, recebendo um montante equivalente a
5.000.00 MZN (cinco mil meticais), dos quais, crédito de 2,500.00 MZN (dois mil e
quinhentos meticais) para aquisição de livros e publicação dos contos submetidos na
colectânea do Prémio Literário Carlos Morgado, com direito a cinco cópias avaliadas em
2.500.00 MZN (dois mil e quinhentos meticais), juntamente com um certificado de
participação.
A edição 2023 do PLCM teve 143 submissões de textos de moçambicanos oriundos de
quase todas as zonas do país com até 35 anos, dos quais 91 foram avaliadas e validadas
pelo júri, tendo daí se encontrado todos os 10 finalistas cujos textos foram editados em livro
e o vencedor.
A Fundação Carlos Morgado continua a honrar o legado de Carlos Morgado, concentrando
os seus esforços nos campos da saúde, cultura, desporto e educação. Na área educacional,
a instituição fortalece e apoia infraestruturas educacionais através da distribuição de
equipamentos, treinamentos e concessão de bolsas de estudo. A organização é pautada
pelos princípios da honestidade, honra e patriotismo.
As submissões dos contos poderão ser realizadas a partir de 1 de Março através da
plataforma online acessível em https://premioliterario.carlosmorgado.org/.
Carlos Alberto Sampaio Morgado nasceu a 9 de Julho de 1946, na Cidade de Tete. Fez
os seus estudos até o nível secundário na Cidade da Beira e frequentou a Universidade de
Lourenço Marques, até se graduar como Engenheiro Electrotécnico, em 1970.
Participou activamente na luta pela independência nacional, especialmente no seio dos
movimentos estudantis e cedo se filiou na sua amada Frelimo – a sua primeira paixão. Em
vida, só aceitou trair o seu partido, amando loucamente a sua família (e a Matemática).
Iniciou a sua carreira profissional, em 1970, na então DETA, actuais Linhas Aéreas de
Moçambique, onde desempenhou várias funções, começando como engenheiro de
manutenção. Foi nomeado Diretor Técnico em Maio de 1980, tendo tido sempre funções de
gestão até ao ano de 1999, ano em que saiu da LAM.
Desempenhou, em simultâneo e durante o seu percurso como Diretor Geral Adjunto da
LAM, várias outras funções, com destaque para as de Presidente do Conselho de
Administração do Casino Hotel Polana, e Administrador Representante das Linhas Aéreas
Africanas na SITA.
No final de 1999, contribuiu activamente para a organização das eleições presidenciais
moçambicanas, que se realizaram no mesmo ano, como membro vogal da Comissão
Nacional de Eleições (CNE).
Em Janeiro de 2000 foi nomeado Ministro da Indústria e Comércio, pelo então Chefe de
Estado Joaquim Chissano, cargo que exerceu até Fevereiro de 2005.
Até à data da sua morte, exerceu as funções de Presidente do Conselho de Administração
do Grupo Pestana em Moçambique.
Foi casado duas vezes e teve quatro filhos: Bruno, Ruben, Marco e Pedro. Em virtude da
sua crença de que a riqueza se gera e se centra numa família saudável e recheada de
filhos, juntaram-se ao prol, o Jahir, o Zaza,o Assif e o Ricardo – só rapazes!
Os princípios que guiaram a sua vida, nomeadamente a honestidade, a honra, a devoção
por causas nobres, o amor ao próximo e a vontade louca de ver Moçambique prosperar,
são os alicerces da existência da Fundação Carlos Morgado, que pretende cultivar e
perpetuar estes valores.
Faleceu a 15 de fevereiro de 2007, deixando um nome de grande homem, de grande
patriota e uma família capaz de perpetuar o seu nome.