Adelino Timóteo homenageado na Beira

Com 30 anos de uma carreira marcada pela palavra e pela imagem, o escritor e artista plástico Adelino Timóteo será homenageado no dia 18 de julho, às 18h, no Centro Cultural Português na Beira, numa celebração que reúne família, amigos e admiradores da sua vasta e premiada obra.

O escritor e artista plástico moçambicano Adelino Timóteo celebra 30 anos de carreira e será homenageado no próximo dia 18 de julho, às 18h, no Centro Cultural Português na Beira. A cerimónia contará com a presença de familiares, amigos e admiradores da sua vasta obra literária e artística, num tributo merecido a um dos nomes mais marcantes da cultura moçambicana contemporânea.

Nascido a 3 de fevereiro de 1970, na cidade da Beira, Adelino Timóteo formou-se em Língua Portuguesa e, mais tarde, licenciou-se em Direito. No entanto, nunca exerceu como professor nem como advogado. A sua carreira profissional teve início em 1994, no jornalismo, colaborando com publicações como o Diário de Moçambique, o semanário Savana e o Canal de Moçambique. Desde então, construiu um percurso sólido e multifacetado, afirmando-se tanto como escritor quanto como artista plástico, com projeção nacional e internacional.

Na literatura, Adelino Timóteo é autor de 26 obras publicadas, que incluem poesia, romances e biografias históricas. Estreou-se em 1998 com Os segredos da arte de amar (AEMO) e consolidou a sua presença no cenário literário com títulos como A Virgem da Babilónia (Texto Editores, 2009), e a trilogia lançada em 2013 pela Alcance Editores: Não chora Carmen, Nós, os do Macurungo e Livro Mulher. As suas obras mais recentes incluem A biblioteca debaixo da cidade (2023), Jorge Jardim: o ano do adeus ao ultramar (2024)e Regresso ao sagrado Macurungo (2025), refletindo o seu olhar crítico e sensível sobre a sociedade moçambicana.

Paralelamente à escrita, Timóteo desenvolveu uma consistente carreira nas artes plásticas. Conta com 26 exposições realizadas em diversas cidades moçambicanas e também no exterior, nomeadamente em Espanha e na Áustria. A sua primeira exposição foi coletiva, em 1994, ao lado dos artistas Ferrão, Silva e Sitoe, na Casa Provincial de Cultura de Sofala. Em 2001, realizou a sua primeira mostra individual no Clube Náutico da Beira. Em 2013, apresentou Msiro na Galiza (Espanha) e Mussicanas do Macurungo no Centro Cultural Português da Beira. Atualmente, a exposição As Meninas da Rua 6 e outras encontra-se patente na Casa do Artista, na Beira, como parte das comemorações dos seus 30 anos de carreira.

Ao longo do seu percurso, Adelino Timóteo foi distinguido com vários prémios e homenagens. Em 1999, recebeu o Prémio do Sindicato Nacional do Jornalismo pela melhor crónica jornalística; em 2001, o Prémio Nacional Revelação de Poesia AEMO; e em 2011, o Prémio BCI/AEMO pela obra Dos frutos do amor e desamores até à partida. Em 2013, foi eleito “Melhor Escritor da Cidade da Beira”, e em 2015 foi distinguido pelo Círculo de Escritores Moçambicanos na Diáspora, em Lisboa, pela excelência da sua obra. Recebeu ainda homenagens institucionais do ISPO (2004), do Conselho Municipal da Beira (2007) e do Conselho Municipal de Quelimane (2015).

Após ter celebrado os 30 anos de carreira no passado dia 5 de junho, na Casa do Artista, Adelino Timóteo será novamente homenageado a 18 de julho no Centro Cultural Português da Beira, num momento de reconhecimento público pela sua contribuição inestimável à cultura moçambicana.

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