Ildefonso Colaço leva “Caminhos Urbanos” para Instituto Guimarães Rosa

Maputo será, esta quinta-feira, palco do olhar inquieto e poético de Ildefonso Colaço, que inaugura às 18h30, no Instituto Guimarães Rosa (IGR), a sua exposição individual de fotografia “Caminhos Urbanos”, integrada no festival Cidade nas Mãos. A mostra, composta por 18 imagens, convida o público a revisitar a capital moçambicana de cima — entre o brilho cosmopolita e a precariedade dos bairros de lata — revelando as desigualdades e metamorfoses que moldam a vida na cidade.

Inserida no programa do festival Cidade nas Mãos, a exposição individual de fotografia de Ildefonso Colaço, intitulada “Caminhos Urbanos” vai inaugurar nesta quinta-feira, 23 de Outubro, às 18h30 no IGR – Instituto Guimarães Rosa, em Maputo.

Antes quatro escritores farão apresentação dos seus mais recentes livros, numa sessão de conversa a partir das 17 horas, no mesmo local. São eles, Eusébio Sanjane, Nick do Rosário, Lilly Maxwel e o escritor espanhol David Melar.

Quanto à exposição “Caminhos Urbanos”, reúne 18 imagens que exploram em diferentes perspectiva o espaço urbano. Já conhecido pela sua fotografia densa na forma como retrata os corpos que se tornam ora invisíveis ou o reflexo dos sentimentos de uma cidade agitada, o consumismo que se traduz na agitação dos mercados onde vão parar os fardos de roupas e calçados usados, parte dos quais depois descartados de forma irresponsável.

Desta vez Ildefonso Colaço associa um conjunto de imagens aéreas que escancaram os desequilíbrios e desigualdades moldados por uma estrutura urbana que define a vida das pessoas em função dos lugares. Maputo, na perspectiva da lente de Colaço pode ser uma cidade cosmopolita, com prédios e avenidas alargadas e de repente nota-se uma cidade de lata, onde os talhados são de zinco envelhecido, as ruas são estreias que chegam a serem invisíveis vistas de cima. Que vidas habitam a cidade? Perguntar-se à o espectador.

Nesta exposição Ildefonso Colaço apresenta-nos os corpos que se metamorfoseiam. Uma cidade que vista por cima pode-se notar uma certa ordem no caos das coisas, das avenidas, dos bairros e o mar que a impede de ir mais além.

Ildefonso Colaço, nascido em 1999, começou a fotografar paisagens de rua em 2015. Inicialmente sem nenhuma intenção aparente, mas o tempo trouxe paixão e sobretudo uma ferramenta de expressão, que permitiu através dela, contar (hi)estórias e abordar as percepções e narrativas de aspectos (frequentemente esquecidos) da nossa vivência e história (moderna).

Realizou a sua primeira exposição individual em Tóquio (2020) e expôs “Maputopias” no mesmo ano. Co-produziu exposições como “Corpo (R) Ação” com Amarildo Rungo (2021) e participou de concursos e festivais notáveis como o “Kathla” (3º lugar), Kyotographie com Silasse Salomone (2021), e diversas exposições coletivas, incluindo “(DES) CONSTRUÇÃO e Sombras” (2022), “Visão do Paraíso” exposição colectiva (2022), “O Fragmento Poético” (2022), “Leve” com a Janeth Mulapha (2023), “Restos do Tempo” (2024), e “Fragmentos à Margem” (2025).

A curadoria do Cidade nas Mãos, ao optar pela irreverência e talento particular de Ildefonso para expor nesta primeira edição do festival, pretende desafiar o público a observar os lugares onde habituam e circulam, com um olhar distante, por forma a enxergar os detalhes e nuances que escapam na correria dos dias.

Cidade nas Mãos que decorre de 21 a 24 de Outubro, é organizado pela Catalogus e Embaixada da Espanha em Moçambique e conta com as parcerias da Fundação Carlos Morgado, IGR, Camões – Centro Cultural Português, Ntsindya – Centro Cultural Universitário e da Universidade Pedagógica de Maputo.

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