Dois escritores moçambicanos estão entre os dez finalistas do prestigiado Prémio Oceanos 2025, que distingue anualmente as melhores obras em língua portuguesa. Mia Couto, com o romance A cegueira do Rio, e Francisco Guita Jr., com o livro de poesia As Coisas do Morto, representam Moçambique nesta edição, que contou com um número recorde de 3.432 livros inscritos.
A obra de Mia Couto, publicada simultaneamente pelas editoras Caminho (Portugal), Companhia das Letras (Brasil) e Fundação Fernando Leite Couto (Moçambique), revisita um episódio militar verídico ocorrido em 1914, em território moçambicano. Segundo o autor, a literatura tem o poder de “revisitar o passado e revelar o que se quis apagar, sem apontar o dedo às pessoas”. O romance reafirma a mestria de Mia Couto em cruzar mito, história e poesia na narrativa, consolidando a sua relevância no panorama literário lusófono.
Já As coisas do morto, de Francisco Guita Jr., publicado pelas editoras Gala-Gala (Moçambique) e Kacimbo (Angola), é um livro de poesia que reflete sobre a morte e a finitude, mas também sobre a urgência de viver. A obra foi destacada pelo júri pela força reflexiva e sensibilidade poética, características que marcam a escrita do autor moçambicano.
Os vencedores, um na categoria de prosa e outro na de poesia, serão anunciados a 10 de dezembro de 2025. Até lá, Moçambique celebra a presença desses dois nomes que continuam a projectar a literatura do país no mundo afora.
Mais informações podem ser consultadas no site oficial da Associação Oceanos e nas suas redes sociais.
