Luís Bernardo Honwana nasceu em 12 de novembro de 1942, em Chamanculo, subúrbio da cidade de Maputo (Lourenço Marques, no período colonial).
A história da criação e da trajetória de sua obra prima Nós matamos o Cão Tinhoso! faz parte da história de vida de Luís Bernardo Honwana. A coleção de sete contos estreou no jornal A Tribuna, quando autor tinha 22 anos de idade, em momento em que Moçambique estava sob o domínio colonial de Portugal. Teve grande repercussão por serem histórias que ecoavam as vozes das crianças como representantes de todos os oprimidos. Por meio da ficção, vem à tona todo o processo de opressão e autoritarismo do invasor português sobre o povo moçambicano.
Em 1964, Luís Bernardo Honwana é preso pela polícia política portuguesa, a PIDE (Polícia Internacional e de Defesa do Estado), permanecendo na prisão por quatro anos, junto com outras personalidades do meio artístico. Nesse mesmo ano, é publicado em forma de livro Nós matamos o Cão Tinhoso!, que é imediatamente recolhido pelo regime, e poucos moçambicanos tiveram a chance de ler essa primeira edição.
Com a independência de Moçambique, em 1975, o livro é finalmente libertado e teve o reconhecimento que merecia. Foram feitas várias edições em Moçambique, em Portugal e em outras partes do mundo. Foram publicadas traduções em países como Alemanha, Costa do Marfim, Cuba, Espanha, França, Inglaterra, Senegal, Suécia, Togo e Zimbábue.