Juvenal Bucuane vence o Prémio José Craveirinha Edição 2025

O escritor moçambicano Juvenal Bucuane foi distinguido com o Prémio José Craveirinha HCB/AEMO – Edição 2025, o mais importante galardão literário do país, pelo seu contributo notável à preservação da memória colectiva e ao desenvolvimento do memorialismo na literatura moçambicana. A entrega do prémio acontecerá a 23 de junho, na Vila do Songo, província de Tete, durante as celebrações dos 50 anos da Hidroeléctrica de Cahora Bassa.

O escritor moçambicano Juvenal Bucuane é o grande vencedor do Prémio Literário José Craveirinha HCB/AEMO – Edição 2025, a mais alta distinção da literatura moçambicana.

A cerimónia oficial de entrega do galardão terá lugar na próxima segunda-feira, 23 de junho, na Vila do Songo, província de Tete, coincidindo com as celebrações do 50.º aniversário da Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB), entidade que patrocina exclusivamente o prémio em parceria com a Associação dos Escritores Moçambicanos (AEMO).

Segundo a acta oficial do júri, presidido pela Prof.ª Doutora Sara Jona Laisse, Juvenal Bucuane foi distinguido pelo seu “contributo relevante na valorização da memória colectiva e no distinto cultivo do memorialismo na literatura moçambicana”, além de uma obra que é amplamente estudada e debatida em círculos académicos e literários. A avaliação foi subscrita também pelos restantes membros do júri: o Prof. Doutor Jorge Ferrão, os jornalistas Frederico Jamisse e Emídio Oliveira, e o poeta Sangari Okapi.

Memorialista, poeta, ensaísta e ficcionista, Juvenal Bucuane é uma figura emblemática da literatura nacional. Nascido a 23 de outubro de 1951, em Xai‑Xai, é licenciado em Linguística pela Universidade Eduardo Mondlane e Doutor Honoris Causa em Literatura e Filosofia. Exerceu funções como Secretário-Geral da AEMO entre 2005 e 2008 e foi um dos fundadores da revista literária Charrua, criada em 1984, que desempenhou um papel importante na renovação estética da literatura moçambicana no período pós-independência.

A sua obra abrange poesia, prosa e ensaio, com títulos marcantes como A Raiz e o Canto (1984), Requiem com os Olhos Secos (1987) e Xefina (1989). Em janeiro de 2025, foi relançada a segunda edição de A Raiz e o Canto, em cerimónia realizada em Maputo, destacando a vitalidade e actualidade da sua escrita, mesmo quatro décadas após a sua primeira publicação. Ao todo, Bucuane possui mais de vinte títulos publicados, e sua produção continua a inspirar novas gerações de leitores e escritores.

O Prémio José Craveirinha, criado em 2003 em homenagem ao maior poeta moçambicano do século XX, distingue escritores cuja carreira se destaca pela qualidade, consistência e impacto na cultura literária nacional. Desde 2009, o prémio assume um formato de reconhecimento de carreira, sendo considerado o mais importante galardão literário do país, com um valor monetário de 25 mil dólares norte-americanos. Ao longo dos anos, a HCB tem desempenhado um papel crucial na promoção do livro e da leitura em Moçambique, integrando o prémio nas suas iniciativas de responsabilidade social e cultural.

A entrega do prémio a Juvenal Bucuane marca um momento especial de celebração da literatura moçambicana, associando memória, identidade e escrita num só gesto simbólico. Reforça também a importância de preservar e valorizar o memorialismo literário como instrumento de construção da memória colectiva nacional.

A AEMO e a HCB convidam o público a participar das celebrações na Vila do Songo, que incluirão conferências, leituras públicas, exposições e outras actividades culturais em honra ao escritor e à efeméride da hidroelétrica.

Juvenal Bucuane, com a sua voz lírica e reflexiva, entra assim no seleto grupo de autores que moldaram e continuam a moldar a literatura moçambicana contemporânea. O seu legado é, sem dúvida, património imaterial do país.

 

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